domingo, 26 de setembro de 2010

680 mil universitários estão em cursos mal avaliados



O percentual de universitários que estudam em escolas reprovadas pelo Ministério da Educação caiu entre 2008 e 2009.
A taxa de alunos em instituições mal avaliadas passou de 15,6% (ou 735 mil) para 14,5% (680 mil).
Para o governo, os dados indicam que os alunos passaram a se balizar por indicadores de qualidade, ampliados em 2008, ao escolher o curso -tanto calouros como os que já estão no ensino superior, via transferências.

Na outra ponta do ranking, houve aumento de matrículas nas escolas bem avaliadas. Para o ministério, a melhora foi “robusta”.

Já os pesquisadores ouvidos pela reportagem dizem que a evolução foi tímida e que a hipótese de ter havido maior atenção às notas é plausível, mas os dados ainda devem ser estudados.
O levantamento, obtido pela Folha, foi feito pelo ministério e considera dados do Censo da Educação Superior 2009, ainda não divulgado.
Segundo o ministro Fernando Haddad (Educação), hoje o processo de avaliação e a divulgação dos resultados “orienta a demanda”. Ele, porém, reconhece que o contingente de alunos em universidades reprovadas é grande (leia abaixo).
“A diminuição de matrículas em instituições mal avaliadas não foi relevante”, afirma o pesquisador da UFSCar José Carlos Rothen.
Para ele, a pequena diminuição de matrículas em cursos reprovados pode significar que está acabando o contingente de alunos que já trabalha e está interessado apenas no diploma, sem se interessar pela qualidade.
Já o presidente da câmara de educação superior do Conselho Estadual da Educação (SP), João Cardoso Palma Filho, afirma que, em vez de migração para boas escolas, os alunos podem ter simplesmente desistido do curso. Os dados disponíveis não permitem esse detalhamento.
Apesar de apresentarem explicações diferentes, ambos dizem que a divulgação dos exames pode também ter influenciado os estudantes.
MARKETING

A partir de 1996, no governo FHC, começou a avaliação de cursos superiores e a divulgação dos resultados.
Na gestão Lula, o processo se intensificou. Em 2008, as instituições como um todo passaram a receber notas, considerando desempenho de alunos de graduação e qualidade da pós-graduação.
“As diversas avaliações hoje servem como material para instituições fazerem seu marketing e atrair alunos”, afirma Mario Cesar dos Santos, reitor da Universidade do Vale do Itajaí (SC).
Ele diz que está alta a procura por transferência para seus cursos bem avaliados. Em medicina, quem quer entrar durante o período letivo precisa fazer prova. Em direito, é proibido a transferência nos últimos períodos. “Muitos mudam no final só para ficar com diploma de grife.”
Fonte:blogdaresenhageral

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